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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Transtornos Neuróticos

TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC)
É uma doença em que o indivíduo apresenta obsessões e compulsões, ou seja, sofre de idéias e/ou comportamentos que podem parecer absurdos ou ridículos para a própria pessoa e para os outros e mesmo assim são incontroláveis, repetitivas e persistentes. A pessoa é dominada por pensamentos desagradáveis de natureza sexual, religiosa, agressiva entre outros, que são difíceis de afastar de sua mente, parecem sem sentido e são aliviados temporariamente por determinados comportamentos.
As obsessões são pensamentos recorrentes caracterizados por serem desagradáveis, repulsivos e contrários à índole do paciente. Tais pensamentos não são controláveis pelos próprios pacientes e causam significativa perda de tempo, sofrimento pessoal e queda no rendimento em atividades. Há perda do controle sobre os pensamentos, e às vezes ocorrem atitudes ou comportamentos que visam neutralizar a ansiedade causada por tais pensamentos. Assim, compulsões podem ocorrer secundariamente às obsessões.
As compulsões são comportamentos, gestos, rituais ou atitudes muitas vezes iguais e repetitivas, conscientes e quase sempre incontroláveis. Os pacientes mantêm a crítica sobre suas atitudes, percebem o fato como absurdo e não sabem ou não entendem o que está acontecendo. Têm medo de ficar loucos e sentem vergonha de contar a outras pessoas, ou até mesmo a um médico o que está acontecendo.
Acomete 2 a 3% da população geral. A idade média de início costuma ser por volta dos 20 anos, porém pode ter início ainda na infância, e acomete tanto homens como mulheres. Depressão Maior e Fobia Social são doenças que podem acometer os pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo ao longo da vida.

SINAIS E SINTOMAS
Freqüentemente as pessoas acometidas por este transtorno escondem de amigos e familiares essas idéias e comportamentos, tanto por vergonha quanto por terem noção do absurdo das exigências auto-impostas. Muitas vezes desconhecem que esses problemas fazem parte de um quadro psiquiátrico tratável e cada vez mais responsivo à medicamentos específicos e à psicoterapia. As obsessões tendem a aumentar a ansiedade da pessoa ao passo que a execução de compulsões a reduz. Porém, se uma pessoa resiste a realização de uma compulsão ou é impedida de fazê-la surge intensa ansiedade. A pessoa percebe que a obsessão é irracional e a reconhece como um produto de sua mente, experimentando tanto a obsessão quanto a compulsão como algo fora de seu controle e desejo, o que causa muito sofrimento. Pode ser um problema incapacitante porque as obsessões podem consumir tempo (muitas horas do dia) e interferirem significativamente na rotina normal do indivíduo, no seu trabalho, em atividades sociais ou relacionamentos com amigos e familiares. Algumas vezes os sintomas obsessivos, dependendo da severidade, podem se confundir com sintomas psicóticos e delirantes, ou estarem associados a eles, o que torna o tratamento ainda mais difícil.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado nos sintomas do paciente. Nenhum exame laboratorial ou de imagem é utilizado para o diagnóstico.

TRATAMENTO
O tratamento deve ser individualizado, dependendo das características e da gravidade dos sintomas que o paciente apresenta. Em linhas gerais, contudo, utiliza-se a psicoterapia de orientação dinâmica ou cognitivo-comportamental associada com tratamento farmacológico (antidepressivos) em doses bem elevadas. Em casos resistentes às terapias convencionais e naqueles em que há a concomitância com sintomas delirantes, a associação com medicações antipsicóticas pode ser feita com melhor resposta.

FOBIAS SOCIAIS
Uma fobia é sempre um medo. Todos nós já passámos por situações em que sentimos medo, por exemplo, de alturas, de aranhas ou de cães. No entanto, para a maioria de nós, esses medos não interferem grandemente com as nossas vidas, pelo que não podem ser considerados verdadeiras fobias. Só quando existe um medo que se manifesta excessivamente e que altera significativamente as nossas vidas é que podemos considerar tratar-se de uma fobia.
Muitos de nós preocupamo-nos e sentimo-nos ansiosos antes de ter uma reunião importante, mas depois de estarmos na mesma acalmamos e até conseguimos retirar prazer da situação. No entanto, algumas pessoas ficam de tal modo ansiosas que não conseguem relaxar e outras, por se sentirem tão ansiosas, pura e simplesmente evitam tais situações, arranjando desculpas para não poderem ir. É nestes casos que consideramos existir uma verdadeira fobia social. Dentro desta, existem fundamentalmente dois tipos: a fobia social generalizada e a fobia social específica.

FOBIA SOCIAL GENERALIZADA
Se uma pessoa sofre de uma fobia social generalizada, terá tendência a preocupar-se com a possibilidade de se tornar o centro das atenções, seja em que situação for. Poderá pensar que toda a gente estará a olhar para ela, avaliando aquilo que está a fazer. Poderá recear ser apresentada a outras pessoas e até ter "vergonha" de comer ou beber em público.
Poderá ser difícil entrar em restaurantes ou lojas; será praticamente impossível despir-se num local público, pelo que as idas à praia serão evitadas a todo o custo. Também poderá ser difícil confrontar o seu chefe ou os seus colegas, mesmo quando o deveria fazer.

As festas e eventos sociais poderão ser situações difíceis de enfrentar, provocando grande desconforto e ansiedade. Se a pessoa tem uma fobia social, provavelmente irá tentar manter-se à parte, nas salas circundantes e menos repletas de pessoas - algumas pessoas julgam sofrer de claustrofobia porque sentem estes medos. Quando a pessoa finalmente entrar na sala principal, poderá sentir-se observada por todos; uma das tentações que se poderá dar é a da ingestão de álcool, como forma de relaxar e de conseguir lidar com a situação.
Esta é uma fobia particular que afecta as pessoas que, em várias situações, têm que ser o centro das atenções, por inerência à sua atividade profissional. Pode afectar qualquer pessoa que tem que representar ou falar em público: vendedores, atores, músicos, professores ou representantes de sindicatos, todos poderão passar por estes receios. Apesar disso, estas pessoas, em todas as outras situações sociais, não sentem grande ansiedade e conseguem lidar com elas sem grandes problemas. O problema está então em tornar-se o centro das atenções, podendo acontecer que a pessoa fique de tal modo ansiosa que começa a gaguejar ou entra mesmo em "bloqueio", sendo incapaz de dizer seja o que for. Esta fobia pode afectar pessoas que estão mais do que habituadas, em termos de frequência, em estar no tipo de situações em que são o centro das atenções.
SINAIS E SINTOMAS
Se a pessoa tem uma fobia social, provavelmente irá dar por si a preocupar-se excessivamente em ser ridicularizada, sentindo-se muito ansiosa. Na pior das hipóteses, estes sentimentos de medo e os concomitantes sintomas físicos serão tão fortes, que se transformarão num verdadeiro ataque de pânico. Este dá-se num curto espaço de tempo, normalmente alguns minutos, mas parecerá à pessoa que é inacabável, uma vez que a ansiedade será impossível de controlar, deixando-a sentir-se fraca e exausta. Normalmente, atinge-se um pico de ansiedade e depois os sintomas desaparecem rapidamente. Embora estes ataques de pânico sejam muito assustadores e alarmantes, o facto é que eles acabam por passar por si mesmos e não causam quaisquer danos físicos.

TIPOS DE FOBIAS
Há vários tipos de fobias, sendo talvez a mais conhecida e falada a Claustrofobia, que gera uma angústia tremenda que o indivíduo sente em lugares fechados. Segundo a psicologia Junguiana, o medo aterrorizante que domina a pessoa que se sente fechada pode-a levar a cometer os atos mais alucinantes e está relacionado com o nascimento. Várias investigações provam que está relacionado com a estreiteza da vagina, que comprime, pressiona e causa profundo mau-estar à criança quando nasce, confundindo-se então com a angústia do bebé ao passar por um canal tão estreito, e o desejo irreprimível de voltar à segurança do ventre materno. Esta ambivalência agrava a fobia. Se posteriormente a formação e o desabrochar do Ser for de descompressão, de descontração, de libertação, esta fobia dilui-se. Na verdade a claustrofobia está basicamente no fenômeno do nascimento, que causas posteriores, num processo neurótico, e por reação psicológica leva o indivíduo a potencializar a vivência claustrofóbica. Esta fobia de pavor angustiante também se pode manifestar nas multidões, como por exemplo num meio de transporte cheio de pessoas, onde o claustrofóbico se sente apavoradamente aprisionado. Até numa densa fila de carros numa ponte se pode processar o mesmo efeito.
A
Agorafobia, que é a angústia inversa da claustrofobia, que é o medo de espaços abertos e amplos. O pavor angustiante não se relaciona com o lugar em si mesmo, mas com algo como enfrentar o desconhecido sem limites para ele, e o angustiado atacado deste gênero de fobia não quer deslocar-se sem ajuda ou sem direção num espaço aberto. Este medo do desconhecido fá-lo sentir desesperadamente por vezes perigos imprevisíveis, que mesmo no horizonte amplo do alto duma montanha pode sentir tremenda falta de ar.
Há inúmeras fobias causadoras de grande sofrimento, e investigações profundas das neuroses que envolvem fobias e também manias revelam quase sempre impressões gravadas no passado. O medo é sem dúvida uma forma de objetivar angústias.


Estas são as mais conhecidas fobias embora outras existam como:
Altofobia – medo das alturas;Antrofobia – medo de enfrentar a sociedade que leva o indivíduo a trágicas solidões;Gerontofobia – medo de envelhecer, e até do convívio com pessoas idosas;Necrofobia – o terrífico medo da morte e até dos mortos;Talassofobia – medo das águas, rios, etc.

DIAGNÓSTICO DA FOBIA SOCIAL
O diagnóstico da é feito pela observação do comportamento e de alguns sinais emitidos por uma pessoa (exemplo: criança que fica muda diante de crianças desconhecidas) e/ou pelas informações que ela presta (exemplo: relato de intensa ansiedade em uma ou mais situações sociais. O quadro apresenta algumas características Fobia Social que ocorrem de forma sistemática: acontece quando há contato com outra(s) pessoa(s), está em jogo algum desempenho (falar, escrever, cantar, comer, interagir), surge uma forte ansiedade e desejo de fugir do ambiente.
Esses padrões podem, assim, aparecer em inúmeras situações, mas algumas aparentemente são mais comuns: quando a pessoa vai
falar em público, iniciar contato com o sexo oposto, falar com estranhos. É comum haver também ansiedade, embora menos intensa, no convívio familiar.
O diagnóstico da Fobia Social pode variar de um
profissional para o outro, devido a algumas particularidades de cada caso. Assim, um profissional pode julgar uma pessoa como portadora de fobia social, e outro profissional jugá-la portadora de Timidez. Uma pessoa pode ser considerada portadora de uma fobia moderada por um profissional e severa por outro.

A variação de um profissional para outro pode ser não apenas quanto ao grau ou intensidade da Fobia social, mas também quanto ao diagnóstico propriamente dito. Muitos não fazem distinção entre Timidez e Fobia Social e todas as pessoas que se sentem mal ou constrangidas na presença de outras, podem ser consideradas portadoras de Timidez ou de Fobia Social. Para esses profissionais, os
sinais e sintomas vão determinar apenas o grau. Por exemplo, o diagnóstico poderá ser de Timidez Leve, Timidez Moderada, Timidez Severa, ou Fobia Social Leve, Fobia Social Moderada, Fobia Social Severa. Muitos profissionais, de outro lado, fazem distinção entre Timidez e Fobia Social - o autor deste site se inclui neste grupo. A Timidez não é um diagnóstico médico; e da forma como é descrita neste site, não se enquadra no diagnóstico de Fobia Social da Classificação Internacional de Doenças, número 10, da Organização Mundial de Saúde, e tampouco no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4a. edição, da Associação Americana de Psiquiatria.
Para se fazer o diagnóstico é necessário seguir os critérios recomendados por essas organizações voltadas para a saúde. O primeiro deles é decidir se o quadro se ajusta à definição de
Fobia.

Fobia é o medo irracional e persistente de uma situação, objeto ou 
atividade, e que gera um desejo intenso de evitá-los. Isso leva o indivíduo a 
enfrentar a situação, objeto ou atividade com muito temor ou se esquivar 
deles.

 
Se o indivíduo apresenta medo irracional nas situações de desempenho social, sente forte desejo de evitá-las, suporta-as com grande sofrimento (ansiedade elevada) e tem prejuízo pessoal significativo ou perspectiva de prejuízo futuro, ele porta Fobia Social. Em outros termos, pode-se dizer que a ansiedade que esse indivíduo experimenta nessas situações é alta e repete-se todas as vezes que passa pela situação, chegando ou não ao pânico.
Seguem-se outros critérios que devem ser levados em conta no diagnóstico da Fobia Social. Fora da situação a pessoa tem
consciência (ou pode vir a tê-la) da irracionalidade de seu medo (isso não é requerido quando se trata de criança). O diagnóstico em crianças e adolescentes só deve ser feito se os sinais e sintomas persistirem por pelo menos 6 meses. Deve-se registrar as situações sociais em que ocorre a ansiedade, assim como o número delas - se em duas ou mais (raramente ocorre em apenas uma situação). Observar se a Fobia Social resulta de alguma condição médica ou social temporários. A história familiar geralmente registra quadro semelhante em outra(s) pessoa(s), principalmente em um dos pais.
O diagnóstico da Fobia Social será acrescido da expressão Generalizada, se a fobia aparecer na maioria das situações de desempenho social.

TRATAMENTO
O tratamento do Transtorno da Ansiedade Social / Fobia Social é feito com psicoterapia ou medicação ou ambos. Contudo, as abordagens psicoterapêuticas e o uso de medicação são objeto de desacordo entre os profissionais. A razão é simples: nenhum deles isoladamente ou a associação dos dois resolve os problemas de todos os pacientes.
Assim, o tratamento é conduzido em duas frentes:
- Eliminar ou aliviar a intensidade das crises,
- Trabalhar na reformulação e ampliação do eu.
Todo o tratamento pode ser feito apenas com psicoterapia. Em qualquer abordagem psicoterápica, da Terapia Cognitiva à Psicanálise ortodoxa, a redução ou superação do problema pode ser função de mudanças no autoconceito. O modo de trabalhar tais mudanças é diferente de uma abordagem para a outra.
Os medicamentos mais usados são:
-Antidepressivos,
-Ansiolíticos, particularmente os benzodiazepínicos,
-Betabloqueadores.
Eles são usados isoladamente ou em associação.
Certo medicamento pode ser ineficaz para uma pessoa e eficaz para outra. Doses subterapêuticas costumam não trazer alívio algum. Doses terapêuticas nas fobias são equiparadas às doses usadas nas depressões.
A risperidona (tal como a uso) deve ficar na dosagem de 0,5mg a 1,5mg ao dia (dose muito inferior à empregada no tratamento da esquizofrenia). Se um medicamento (ou associação) não dá resultado significativo em no máximo uma semana, tento outro. (Neste particular há diferença em relação às depressões, quando se deve esperar até um mês).
OBSERVAÇÕES:
OS MEDICAMENTOS SÓ DEVEM SER USADOS SOB SUPERVISÃO DE UM MÉDICO ESPECIALISTA PORQUE ALGUMAS ASSOCIAÇÕES SÃO TÓXICAS E ATÉ MESMO LETAIS. DEPENDENDO DO PRINCÍPIO ATIVO, PODE SER NECESSÁRIO ESPERAR VÁRIOS DIAS PARA COMEÇAR COM OUTRO, OU PODE SER NECESSÁRIO ALGUMA RESTRIÇÃO ALIMENTAR OU MESMO A RETIRADA DE MEDICAMENTOS USADOS PARA DIFERENTES PROBLEMAS DE SAÚDE. O AUTOR DESTE ARTIGO NÃO RECOMENDA NENHUM MEDICAMENTO EM PARTICULAR E NÃO REPRESENTA INTERESSE DE QUALQUER PESSOA OU LABORATÓRIO FARMACÊUTICO.









Um comentário:

  1. Olá, gostaria de saber qual a fonte bibliográfica ou mesmo se você recomenda algum livro a respeito de fobia social.

    No aguardo :)

    Felipe.

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